corpo maduro

Eu olho no espelho e vislumbro minha silhueta. Corpo de mulher distante do ideal. Seios mais fartos que o meu normal, mais inchados. Cintura fina e quadril largo. Tão largo e cheio de culote, que é praticamente só que chama meu olhar. Além da barriga. Barriga grande, flácida, caída. De um tamanho que nunca antes. Triste olhar de passeio pelo meu corpo, tão estranho que não reconheço. Tão disforme e tão meu.

A pele maleável e o fraco tônus comprovam que, ali, o tempo passou. Existem marcas, marcas de tempo e cicatrizes – nenhuma tão marcante quanto a do baixo ventre. Neste corpo cresceu uma vida. Nele, produziu-se leite, esvaziou-se, murchou, caiu. Nada ficou no lugar. Há tempo passado, há vida vivida e há certo estranhamento em meu reflexo no espelho. Continuar lendo